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CERCO DE JERICÓ

Venha participar conosco deste grando momento de oração!


Esperamos por você!

PEDIDO DE ORAÇÃO


Bom dia a todos os irmãos. Paz e bem. Hoje gostaria de pedir a todos que
façamos uma corrente de oração por todos aqueles afetados pelas enchentes.
Minha região está em estado de calamidade. Ouro Branco não, mas Conselheiro
Lafaiete, Congonhas, Itabirito, a situação não está boa. Intercedamos a
Deus para que Ele providencie o necessário a todos aqueles que sofrem com
as enchentes. Agradeço a todos desde já. Fiquem com Deus. Que Deus abençoe
a todos.





A ARMADURA DE DEUS: ORAR NO ESPÍRITO


Como estudamos na Carta de São Paulo aos Efésios e especificamente no capítulo 6,10-18, somos guiados e instruídos por alguns conselhos espirituais para que possamos resistir aos ataques do inimigo que procura destruir as almas eternas de todos os homens e mulheres. São Paulo, nesta passagem clara e sucinta das Sagradas Escrituras, que chegou até nós através dos tempos, apresenta um ensinamento claro e eficaz ao qual devemos aderir. Lembrando-nos de que devemos, em primeiro lugar, buscar nossa força no Senhor e em seu poder (EF 6,10), São Paulo passa a relacionar as peças da armadura que um soldado romano usava para defender-se e também para atacar o inimigo, e os usa simbolicamente para nos ensinar como devemos usar a armadura espiritual que Deus nos deu para nos defender e derrotar o inimigo.

São Paulo então conclui com uma exortação à oração: “Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. Através do derramamento do Espírito Santo em Pentecostes e da promessa de que “A promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus” (Atos 2,39), podemos fortalecer-nos no Espírito Santo e usar os dons que Ele deu à Igreja, especialmente o dom da oração em línguas, como um meio para combater os ataques de Satanás e seus demônios, dos principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso” (Ef 6,12).

A oração é uma arma poderosa em nosso arsenal espiritual, mantendo-nos firmemente enraizados na única fonte de poder disponível para nós, ou seja, Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, nosso Salvador e Redentor; Aquele que derrotou Satanás e todos os seus domínios. Assim, São Paulo nos exorta a usar orações e petições de todo tipo.

Comecemos com este dom surpreendente de oração que flui para nós através da ação do Espírito Santo — o dom da oração no Espírito. Nele, ignoramos nossa própria inteligência e conhecimento, entrando em uma

DEUS PRESENTE NO MOMENTO DE ANGÚSTIA


Dando continuidade à série de catequeses “Escola de Oração”, do papa Bento XVI, apresentamos, a seguir, o texto do Santo Padre no qual ele reflete sobre o salmo 22 (21).

Queridos irmãos e irmãs:
Na catequese de hoje, eu gostaria de falar sobre um salmo de fortes implicações cristológicas, que continuamente aflora nos relatos da paixão de Jesus, com sua dupla dimensão de humilhação e de glória, de morte e de vida. É o salmo 22, segundo a tradição judaica, 21 segundo a tradição greco-latina, uma oração sincera e comovente, de uma densidade humana e uma riqueza teológica que o convertem em um dos salmos mais rezados e estudados de todo o Saltério. Trata-se de uma longa composição poética (nós nos deteremos em particular na primeira parte), concentrada no lamento, para aprofundar em algumas dimensões significativas da oração de súplica a Deus.

Este salmo apresenta a figura de um inocente perseguido e cercado por adversários que querem a sua morte; ele recorre a Deus, em um lamento doloroso que, na certeza da fé, se abre misteriosamente ao louvor. Em sua oração, a realidade angustiante do presente e a lembrança consoladora do passado se alternam, em uma sofrida tomada de consciência da própria situação desesperadora que não quer renunciar à esperança. Seu grito inicial é um chamado dirigido a Deus, que parece distante, que não responde e que parece tê-lo abandonado:

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus gemidos?
Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis;
imploro de noite e não me atendeis.”(v. 2-3)

Deus se cala e este silêncio fere o ânimo do orante, que clama incessantemente, mas sem encontrar resposta. Os dias e as noites se sucedem na busca incansável de uma palavra, de uma ajuda que não

DEUS SEMPRE ESTÁ PERTO



Apresentamos, a seguir, a catequese que o Papa Bento XVI dirigiu hoje aos fiéis reunidos para a audiência geral na Praça de São Pedro. A catequese de hoje continua o ciclo sobre a oração.

Queridos irmãos e irmãs:

Eu gostaria de começar meditando sobre alguns salmos que formam o “livro de oração” por excelência. O salmo no qual eu gostaria de me deter é um salmo de lamentação e de súplica, imbuído de uma profunda confiança, no qual a certeza da presença de Deus é o fundamento da oração que se produz em uma condição de extrema dificuldade do orante. Trata-se do salmo 3, que a tradição judaica atribui a Davi no momento em que ele foge de Absalão (cf. vers. 1). É um dos episódios mais dramáticos e sofrentes da vida do rei, quando seu próprio filho usurpa o trono real e o obriga a abandonar Jerusalém para salvar a vida (cf. 2 Sam, 15 ss). A situação de angústia e de perigo experimentada por Davi é o pano de fundo desta oração e uma ajuda para a sua compreensão, apresentando-se como a situação típica em que um salmo é recitado. No grito do salmista, todo homem pode reconhecer estes sentimentos de dor, de amargura, e ao mesmo tempo de confiança em Deus, que, segundo a narração bíblica, acompanhou Davi em sua fuga da cidade. O salmo começa com uma invocação ao Senhor.

“Ó, Senhor, como são numerosos meus adversários! São muitos os que se erguem contra mim; muitos dizem a meu respeito: 'Deus não vai lhe dar a salvação!'” (v. 2-3).

A descrição que o salmista faz da sua situação está marcada, portanto, por tons fortemente dramáticos. Ele afirma três vezes a ideia da multidão - “numerosos”, “muitos”, “muitos” – que, no texto original, se realiza com a mesma raiz hebraica, para destacar mais ainda a enormidade do perigo, de forma repetitiva, quase maçante. Esta insistência no número e grandeza dos inimigos serve para expressar a percepção, por parte do salmista, da desproporção total existente entre ele e seus perseguidores, uma desproporção que justifica a urgência da sua petição de ajuda: os opressores são muitos, têm o controle da situação, enquanto o orante está sozinho e indefeso, à mercê dos seus agressores. E a primeira palavra que o salmista pronuncia é “Senhor”; seu grito começa com uma invocação a Deus. Uma multidão surge e se levanta contra ele, provocando-lhe um medo que aumenta a ameaça, fazendo-a parecer ainda maior e terrível; mas o salmista não se deixa vencer por esta visão de morte, mas mantém firme sua relação com o Deus da vida e é a Ele a quem se dirige, em primeiro lugar, buscando sua ajuda.

No entanto, os inimigos tentam também destruir este vínculo com Deus e destruir a fé da sua vítima. Estes insinuam que o Senhor não pode intervir, afirmam que nem Deus pode salvá-lo. A agressão, portanto, não é somente física, mas afeta também a dimensão espiritual: “Deus não vai lhe dar a salvação” – dizem –,

COMO A ARTE NOS AJUDA NA RELAÇÃO COM DEUS


Em sua série de catequeses sobre a oração, o papa Bento XVI dá continuidade aos seus ensinamentos falando sobre a relação da arte e a elevação à Deus.


Queridos irmãos e irmãs:
Neste período, recordei muitas vezes a necessidade que todo cristão tem de encontrar tempo para Deus, através da oração, em meio às muitas ocupações da nossa jornada. O próprio Senhor nos oferece muitas oportunidades para que nos lembremos d'Ele. Hoje eu gostaria de falar brevemente de um desses meios que podem nos conduzir a Deus e ser também uma ajuda para encontrar-nos com Ele: é o caminho das expressões artísticas, parte dessa via pulchritudinis – “via da beleza” – da qual falei tantas vezes e que o homem deveria recuperar em seu significado mais profundo.

Talvez já tenha lhes acontecido que, diante de uma escultura, um quadro, alguns versos de poesia ou uma peça musical, tenham sentido uma íntima emoção, uma sensação de alegria; percebem claramente que, diante de vocês, não existe somente matéria, um pedaço de mármore ou de bronze, uma tela pintada, um conjunto de letras ou um cúmulo de sons, e sim algo maior, algo que nos “fala”, capaz de tocar o coração, de comunicar uma mensagem, de elevar a alma. Uma obra de arte é fruto da capacidade criativa do ser humano, que se interroga diante da realidade visível, que tenta descobrir o sentido profundo e comunicá-lo através da linguagem das formas, das cores, dos sons. A arte é capaz de expressar e tornar visível a necessidade do homem de ir além do que se vê, manifesta a sede e a busca do infinito. Inclusive é como uma porta aberta ao infinito, a uma beleza e uma verdade que vão além do cotidiano. E uma obra de arte pode abrir os olhos da mente e do coração, conduzindo-nos ao alto.

Há expressões artísticas que são verdadeiros caminhos rumo a Deus, a Beleza suprema, que inclusive são uma ajuda para crescer na relação com Ele, na oração. Trata-se das obras que nascem da fé e que a expressam. Um exemplo disso é quando visitamos uma catedral gótica: sentimo-nos cativados pelas linhas verticais que se elevam até o céu e que atraem nosso olhar e nosso espírito, enquanto, ao mesmo tempo, nos sentimos pequenos ou também desejosos de plenitude... Ou quando entramos em uma igreja românica:
CERCO DE JERICÓ


"Santificai-vos, porque amanhã o Senhor operará no meio de vós coisas maravilhosas" (Josué 3, 5)


Convidamos a toda comunidade a participar do Cerco de Jericó que acontecerá do dia 28 de agosto a 03 de setembro de 2011, de 07:00 hs às 00:00 hs na Paróquia do Divino Espírito Santo.


Venha participar também!

APRENDENDO A ORAR COM OS SALMOS


Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa Bento XVI aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos para a audiência geral.

Queridos irmãos e irmãs
Nas catequeses anteriores, vimos algumas figuras do Antigo Testamento, particularmente significativas, em 
nossa reflexão sobre a oração. Falei sobre Abraão, que intercede pelas cidades estrangeiras; sobre Jacó, que, na luta noturna, recebe a bênção; sobre Moisés, que invoca o perdão sobre o povo; e sobre Elias, que reza pela conversão de Israel. Com a catequese de hoje, eu gostaria de iniciar uma nova etapa do caminho: ao invés de comentar episódios particulares de personagens em oração, entraremos no “livro da oração” por excelência, o Livro dos Salmos. Nas próximas catequeses, leremos e meditaremos alguns dos salmos mais belos e mais apreciados pela tradição orante da Igreja. Hoje, eu gostaria de introduzir esta etapa falando do Livro dos Salmos em seu conjunto.

O Saltério se apresenta como um “formulário” de orações, uma seleção de 150 salmos que a tradição bíblica oferece ao povo dos crentes para que se converta em sua (nossa) oração, nosso modo de dirigir-nos a Deus e de relacionar-nos com Ele. Neste livro, encontra expressão toda a experiência humana, com suas múltiplas facetas, e todo o leque dos sentimentos que acompanham a existência do homem. Nos Salmos, entrelaçam-se e se exprimem alegria e sofrimento, desejo de Deus e percepção da própria indignidade, felicidade e sentido de abandono, confiança em Deus e dolorosa solidão, plenitude de vida e medo de morrer. Toda a realidade do crente conflui nestas orações, que o povo de Israel primeiro e a Igreja depois assumiram como meditação privilegiada da relação com o único Deus e resposta adequada em sua revelação na história. Quanto à oração, os salmos são a manifestação do ânimo e da fé, nos quais se pode reconhecer e nos quais se comunica esta experiência de particular proximidade de Deus, à qual todos os homens estão chamados. E é toda a complexidade da existência humana que se concentra na complexidade das diversas formas

A ORAÇÃO DE ELIAS E O FOGO DE DEUS

Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral. O pronunciamento faz parte da série sobre orações.


Queridos irmãos e irmãs
Na história religiosa do antigo Israel, os profetas tiveram grande relevância, com seus ensinamentos e sua pregação. Entre eles, surge a figura de Elias, suscitado por Deus para levar o povo à conversão. Seu nome significa “o Senhor é meu Deus” e é de acordo com este nome que se desenvolve toda a sua vida, consagrada inteiramente a provocar no povo o reconhecimento do Senhor como único Deus. De Elias o Eclesiástico diz: “O profeta Elias surgiu como o fogo, e sua palavra queimava como tocha” (Eclo 48,1). Com esta chama, Israel volta a encontrar seu caminho rumo a Deus. Em seu ministério, Elias reza: invoca o Senhor para que devolva a vida ao filho de uma viúva que o havia hospedado (cf. 1Re 17,17-24), grita a Deus seu cansaço e sua angústia, enquanto foge pelo deserto, jurado de morte pela rainha Jezabel (cf. 1Re 19,1-4), mas sobretudo no monte Carmelo, onde se mostra todo o seu poder de intercessor, quando, diante de todo Israel, reza ao Senhor para que se manifeste e converta o coração do povo. É o episódio narrado no capítulo 18 do Primeiro Livro dos Reis, no qual hoje nos deteremos.

Encontramo-nos no reino do Norte, no século IX antes de Cristo, em tempos do rei Ajab, em um momento em

PERDÃO QUE RENOVA E TRANSFORMA

O papa Bento XVI conduz semanalmente, durante a oração do Ângelus (ou do Regina Coeli, durante o tempo pascal), um momento de catequese. O tema desses ensinamentos é oração.


Queridos irmãos e irmãs
Lendo o Antigo Testamento, uma figura se destaca entre as demais: a de Moisés, como homem de oração. Moisés, o grande profeta e guia na época do êxodo, exerceu sua função de mediador entre Deus e Israel, tornando-se portador, com relação ao povo, das palavras e mandatos divinos, conduzindo-o rumo à liberdade da Terra Prometida, ensinando os israelitas a viverem na obediência e na confiança a Deus, durante a longa estadia no deserto, mas também, sobretudo, rezando. Ele reza pelo Faraó quando Deus, com as pragas, tentava converter o coração dos egípcios (cf. Ex 8-10); pede ao Senhor a cura da irmã Maria, enferma de lepra (cf. Nm 12,9-13); intercede pelo povo que havia se rebelado, aterrorizado pelo informe dos exploradores (cf. Nm 14,1-19); reza quando o fogo estava devorando o acampamento (cf. Nm 11,1-2) e quando serpentes venenosas estavam fazendo um massacre (cf. Nm 21,4-9); dirige-se ao Senhor e reage protestando quando o peso da sua missão se tornou muito grande (cf. Nm 11,10-15); vê Deus e fala com ele "face a face", como se fala com um amigo (cf. Ex 24,9-17; 33,7-23; 34,1-10.28-35).

Também quando o povo, no Sinai, pede a Aarão que faça um bezerro de ouro, Moisés reza, explicando de forma emblemática sua própria função de intercessor. O episódio é narrado no capítulo 32 do Livro do Êxodo e tem um relato paralelo no Deuteronômio, no capítulo 9. É neste episódio que eu gostaria de me deter na catequese de hoje, em particular na oração de Moisés que encontramos na narração do Êxodo. O povo se encontrava aos pés do Monte Sinai, enquanto Moisés, em cima do monte, esperava o dom das Tábuas da Lei, jejuando durante quarenta dias e quarenta noites (cf. Ex 24,18; Dt 9,9). O número 40 tem um valor simbólico e significa a totalidade da experiência, enquanto com o jejum se indica que a vida vem de Deus, é Ele quem a sustenta. O fato de comer implica na assunção do alimento que nos sustenta; por isso, jejuar, renunciando à comida, adquire, neste caso, um significado religioso: é uma maneira de indicar que não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca do Senhor (cf. Dt 8,3). Jejuando, Moisés indica que

A LUTA DE JACÓ

O papa Bento XVI conduz semanalmente, durante a oração do Ângelus (ou do Regina Coeli, durante o tempo pascal), um momento de catequese. O tema desses ensinamentos é oração.


Queridos irmãos e irmãs
Hoje, eu gostaria de refletir convosco sobre um texto do Livro do Gênesis que narra um episódio um pouco especial da história do patriarca Jacó. É um fragmento de difícil interpretação, mas importante na nossa vida de fé e de oração: trata-se do relato da luta com Deus no vau de Jaboc, do qual ouvimos um pedaço.

Como recordareis, Jacó tinha tirado do seu irmão Esaú a primogenitura, em troca de um prato de lentilhas, e depois recebeu de maneira enganosa a bênção do seu pai Isaac, que nesse momento era muito idoso, aproveitando-se da sua cegueira. Fugindo da ira de Esaú, refugiou-se na casa de um parente, Labão; tinha se casado, havia enriquecido e voltava à sua terra natal, disposto a enfrentar o seu irmão, depois de ter tomado algumas prudentes medidas. Mas quando tudo está preparado para este encontro, depois de ter feito que os que estavam com ele atravessassem o vau que delimitava o território de Esaú, Jacó fica sozinho e é agredido por um desconhecido, com quem luta a noite inteira. Esta luta corpo a corpo – que encontramos no capítulo 32 do Livro do Gênesis – se converte para ele em uma singular experiência de Deus.

A noite é o momento favorável para agir escondido; é o tempo oportuno, portanto, para Jacó, de entrar no território do irmão sem ser visto e talvez com a ilusão de pegar Esaú de surpresa. No entanto, é ele quem é surpreendido por um ataque imprevisto, para o qual não estava preparado. Havia usado sua astúcia para tentar evitar uma situação perigosa, acreditava ter tudo sob controle e, no entanto, encontra-se agora tendo de enfrentar uma luta misteriosa que o surpreende em solidão e sem dar-lhe a oportunidade de organizar uma defesa adequada. Indefeso, à noite, o patriarca Jacó luta contra alguém. O texto não especifica a identidade do agressor; usa um termo hebraico que indica “um homem” de maneira genérica, “um, alguém”; trata-se de uma definição vaga, indeterminada, que quer manter o assaltante no mistério. Está escuro, Jacó não consegue distinguir seu adversário, e também para nós permanece o mistério; alguém enfrenta o patriarca e este é o único dado seguro que nos dá o narrador. Somente no final, quando a luta já terminou e esse “alguém” desapareceu, só então Jacó o nomeará e poderá dizer que lutou contra Deus.

O episódio se desenvolve na escuridão e é difícil perceber não só a identidade do assaltante de Jacó, senão

A ORAÇÃO INTERCESSORA DE ABRAÃO

O papa Bento XVI conduz semanalmente, durante a oração do Ângelus (ou do Regina Coeli, durante o tempo pascal), um momento de catequese. O tema desses ensinamentos é oração.


Queridos irmãos e irmãs
Nas duas últimas catequeses, refletimos sobre a oração como fenômeno universal, que - inclusive de diversas formas - está presente nas culturas de todas as épocas. Hoje, no entanto, eu gostaria de começar um percurso bíblico sobre este tema, que nos conduzirá a aprofundar no diálogo de aliança entre Deus e o homem, presente na história da salvação, até o seu cume, a Palavra definitiva que é Jesus Cristo. Este caminho nos fará deter-nos em alguns textos importantes e figuras paradigmáticas do Antigo e do Novo Testamentos. Será Abraão, o grande patriarca, pai de todos os crentes (cf. Rm 4,11-12.16-17), quem nos oferecerá o primeiro exemplo de oração, no episódio de intercessão pela cidade de Sodoma e Gomorra. E eu gostaria de vos convidar a aproveitar este percurso que faremos nas próximas catequeses para aprender a conhecer melhor a Bíblia, que espero que tenhais em vossas casas; e, durante a semana, podeis lê-la e meditá-la na oração, para conhecer a maravilhosa história da relação entre Deus e o homem, entre o Deus que se comunica conosco e o homem que responde, que reza.
O primeiro texto sobre o qual refletiremos se encontra no capítulo 18 do livro do Gênesis; conta-se que a maldade dos habitantes de Sodoma e Gomorra estava chegando ao seu limite, tanto que se fez necessária uma intervenção de Deus para realizar um grande ato de justiça e frear o mal, destruindo aquelas cidades. Aqui intervém Abraão, com sua oração de intercessão. Deus decide revelar-lhe o que vai lhe acontecer e lhe faz conhecer a gravidade do mal e suas terríveis consequências, porque Abraão é seu escolhido, escolhido para construir um grande povo e fazer que o mundo inteiro alcance a bênção divina. A sua é uma missão de salvação, que deve responder ao pecado que invadiu a realidade do homem; através dele, o Senhor quer levar a humanidade à fé, à obediência, à justiça. E então, este amigo de Deus se abre à realidade e às necessidades do mundo, reza pelos que estão a ponto de ser castigados e pede que sejam salvos.
Abraão enfrenta, logo depois, o problema em toda a sua gravidade e diz ao Senhor: "Vais realmente exterminar o justo com o ímpio? Se houvesse cinquenta justos na cidade, acaso os exterminarias? Não perdoarias o lugar por causa dos cinquenta justos que ali vivem? Longe de ti proceder assim, fazendo morrer o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio! Longe de ti! O juiz de toda

ORAÇÃO E SENTIDO RELIGIOSO

O papa Bento XVI conduz semanalmente, durante a oração do Ângelus (ou do Regina Coeli, durante o tempo pascal), um momento de catequese. O tema desses ensinamentos é oração.


Queridos irmãos e irmãs
Hoje eu gostaria de continuar refletindo sobre como a oração e o sentido religioso fazem parte do homem ao longo de toda a sua história.
Vivemos em uma época na qual são evidentes os sinais de secularismo. Parece que Deus desapareceu do horizonte de muitas pessoas ou que se tornou uma realidade diante da qual se permanece indiferente. Vemos, no entanto, ao mesmo tempo, muitos sinais que nos indicam um despertar do sentido religioso, uma redescoberta da importância de Deus para a vida do homem, uma exigência de espiritualidade, de superar uma visão puramente horizontal, material da vida humana. Analisando a história recente, fracassou a previsão daqueles que, na época do iluminismo, anunciavam o desaparecimento das religiões e exaltavam a razão absoluta, separada da fé, uma razão que teria afastado as trevas dos dogmas religiosos e que teria dissolvido "o mundo do sagrado", restituindo ao homem a sua liberdade, sua dignidade e sua autonomia de Deus. A experiência do século passado, com as duas trágicas guerras mundiais, colocou em crise aquele progresso que a razão autônoma do homem sem Deus parecia poder garantir.
O Catecismo da Igreja Católica afirma: "Pela criação, Deus chama todos os seres do nada à existência. (...) Mesmo depois de, pelo pecado, ter perdido a semelhança com Deus, o homem continua a ser à imagem do seu Criador. Conserva o desejo d'Aquele que o chama à existência. Todas as religiões testemunham esta busca essencial do homem" (n. 2566). Poderíamos dizer - como mostrei na catequese anterior - que não houve nenhuma grande civilização, desde os tempos mais antigos até os nossos dias, que não tenha sido religiosa.
O homem é religioso por natureza, é homo religiosus, assim como é homo sapiens e homo faber: "O desejo de Deus - afirma também o Catecismo - está inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus" (n. 27). A imagem do Criador está impressa em seu ser e sente a necessidade de encontrar uma luz para dar resposta às perguntas que têm a ver com o sentido profundo da realidade - resposta que ele não pode encontrar em si mesmo, no progresso, na ciência empírica. O homo religiosus não emerge somente do mundo antigo, mas atravessa toda a história da humanidade. Para este fim, o rico terreno da experiência
A ORAÇÃO EM TODAS AS ÉPOCAS

O papa Bento XVI conduz semanalmente, durante a oração do Ângelus (ou do Regina Coeli, durante o tempo pascal), um momento de catequese. O tema da última semana, e que também guiará as próximas, é oração.


Queridos irmãos e irmãs:
Hoje eu gostaria de iniciar uma nova série de catequeses. Após as catequeses sobre os Padres da Igreja, sobre os grandes teólogos da Idade Média, sobre as grandes mulheres, eu gostaria de escolher agora um tema muito importante para todos nós: o da oração, de maneira específica a cristã, isto é, a oração que Jesus nos ensinou e que a Igreja continua nos ensinando. É em Jesus, de fato, em quem o homem se capacita para se aproximar de Deus, com a profundidade e a intimidade da relação de paternidade e de filiação. Junto aos primeiros discípulos, com humilde confiança, nós nos dirigimos agora ao Mestre e lhe pedimos: "Senhor, ensina-nos a orar" (Lucas 11, 1).
Nas próximas catequeses, aproximando-nos da Sagrada Escritura, da grande tradição dos Padres da Igreja, dos mestres de espiritualidade, da liturgia, queremos aprender a viver ainda mais intensamente nossa relação com o Senhor, quase uma "Escola de Oração". Sabemos bem que, de fato, a oração não se dá por garantida: é necessário aprender a rezar, quase adquirindo novamente esta arte; inclusive os que estão muito avançados na vida espiritual sentem sempre a necessidade de entrar na escola de Jesus para aprender a rezar com autenticidade. Recebemos a primeira aula do Senhor através do seu exemplo. Os Evangelhos descrevem Jesus em diálogo íntimo e constante com o Pai: é uma comunhão profunda, daquele que veio ao mundo não para fazer a sua vontade, mas a do Pai, que o enviou para a salvação do homem.
Nesta primeira catequese, como introdução, eu gostaria de propor alguns exemplos de oração presentes nas culturas antigas, para revelar como, praticamente sempre e em todos os lugares, os homens se dirigiram a Deus.

No Antigo Egito, por exemplo, um homem cego, pedindo à divindade que lhe restituísse a vista, demonstra algo universalmente humano, como a pura e simples oração de petição de quem se encontra no sofrimento. Este homem reza: "Meu coração deseja ver-te... Tu, que me fizeste ver as trevas, cria a luz para mim. Que eu te veja! Inclina a mim teu rosto amado" (A. Barucq - F. Daumas, Hymnes et prières de l'Egypte ancienne, Paris 1980, trad. it. en Preghiere dell'umanità, Brescia 1993, p. 30).
Nas religiões da Mesopotâmia, dominava um sentimento de culpa arcano e paralisador, não carente de esperança da redenção e libertação por parte de Deus.
Podemos apreciar assim esta súplica por parte de um crente daqueles antigos cultos: "Ó Deus, que és indulgente inclusive com as culpas mais graves, absolve o meu pecado... Olha, Senhor, teu servo esgotado e sopra a tua brisa sobre ele: perdoa-o sem demora. Levanta teu severo castigo. Dissolvidos estes laços,