SÃO GREGÓRIO NAZIANZENO: UM SÁBIO QUE NÃO NOS DEIXA ESQUECER
QUEM SOMOS
Amados amigos.
Inicio afirmando que estava com saudades de escrever para
nosso blog. As semanas que passei com meus pais e preparando minha ordenação
não permitiram que eu meditasse com vocês sobre nossos Pais na fé. Rapidamente
recordo que já meditamos sobre os Padres Apostólicos (São Clemente de Roma,
Santo Inácio de Antioquia), os Padres Apologistas (Santo Justino e Santo
Ireneu), os Padres da Escola de Alexandria (São Clemente de Alexandria,
Orígenes, Santo Atanásio e Santo Cirilo de Jerusalém), os Padres do Norte da
África (Tertuliano e São Cipriano), o Padre Historiador (Eusébio de Cesareia) e
agora meditamos os Padres Capadócios (anteriormente Basílio Magno e neste texto
Gregório Nazianzeno).
No século IV, na região da Capadócia, Basílio Magno,
Gregório Nazianzeno e Gregório de Nissa representaram a Igreja com um altíssimo
grau de reflexões teológica, mística e social. Como frater Lucas já nos ajudou
com a meditação sobre São Basílio e na semana passada começou a refletir sobre
São Gregório Nazianzeno, proponho que leia estes textos e prossigamos nesta
esteira de meditativa. Facilmente perceberemos que ele, a exemplo da maioria
dos teólogos daquela época – o que deveria ser regra para todos os períodos
históricos – teve enorme gosto pelo silêncio contemplativo que o
impulsionou qualitativamente nos seus escritos.
Seguramente vivemos ouvindo as pessoas dizerem que não possuem
tempo para nada… Ouvimos desabafos e lamúrias que não encontram tempo para
rezar e ter contato com os textos do papa e livros de qualidade… Ao mesmo tempo
é constatável que não lhes falta tempo para a internet, supérfluos programas de
TV, momentos de lazer que se prolongam sem dar-se conta do tempo
gasto, como coisas parecidas em que a preguiça nem chega perto…
Para nós – incluo-me – São Gregório poeticamente recorda: “tens
uma tarefa, alma minha,/ uma grande tarefa, se quiseres./Perscruta seriamente a
ti mesma,/ o teu ser, o teu destino;/ de onde vens e onde deverás pousar;/
procura conhecer se é vida a que vives/ ou se há alguma coisa mais/. Tens uma
tarefa, alma minha,/ por isso purifica a tua vida:/considera, por favor, Deus e
os seus mistérios,/ indaga o que havia antes deste universo/ e o que ele é para
ti,/ de onde veio, e qual será o seu destino. / Eis a tua tarefa, / alma minha,
/ purifica por isso a tua vida” [1].
Como aquele homem que foi bispo e viveu em meio à
agitação da vida social sem perder sua profunda intimidade com Deus, desejo que
sigamos os seus passos. Quero aprender, com minhas atitudes, “que é
necessário lembrar-se de Deus com mais freqüência do que se respira” [2].
Não podemos nos esquecer que sem Deus somos vazios, e o mundo não precisa de
pessoas vazias. Sugiro para todos os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de
Loyola, Editora Loyola e Meditações sobre a Fé, Editora Palavra e Prece (quem
leu pode comentar…)
Tenha um bom restante de semana. Em breve meditarmos sobre
São Gregório de Nissa, famoso místico dos primeiros séculos.
Notas:
[1] BENTO XVI. Os Padres da Igreja. São Paulo:
Pensamento, 2010; p. 85.
[2] Ibid; p. 84.
[3] COLA SILVANO. Operários da primeira hora: perfis
dos Padres da Igreja. São Paulo: Cidade Nova, 1987; p. 50-54. (Obra sugerida
para aprofundamento).
Por Diácono Daniel, SCJ.
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