JOÃO BATISTA, O PROFETA DO ALTÍSSIMO
Neste dia 24 de junho, sexta-feira, a nossa mãe Igreja
comemora a Solenidade da Natividade de
São João Batista, o profeta que foi, em sua essência, o fiel arauto do
reino de Deus. João Batista é, excepcionalmente, o único santo a quem a
Igreja dedica duas de suas festas: o nascimento e o martírio. Esse fato
singular já é suficiente para despertar nossa atenção acerca desse profeta que,
por meio de sua voz, anunciava um reino iminente, renovando a promessa feita
por Deus aos patriarcas do Antigo Testamento.
Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem
a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e, principalmente, por Isaías. Os
outros profetas são um prenúncio do Batista e é com ele que a missão profética
atinge a sua plenitude. Ele é, assim, um dos elos entre o Antigo e o Novo
Testamento.
São João Batista despertou para a vocação profética, para o cumprimento de sua missão, ainda no ventre de sua mãe, de onde, estremecendo de alegria, já anunciava a presença do Cristo, do Salvador dos homens. Em sua primeira manifestação, ele nos ensina que a felicidade é o sentimento inerente a toda pessoa que está repleta da graça divina.
Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o
deserto e, nesse ambiente, preparou-se, por meio da oração e da penitência,
para cumprir sua missão. Mediante uma vida extremamente coerente, ele não
cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: “Arrependei-vos e
convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo.” (Mt 3,2)
São João Batista viveu integralmente a sua vocação, pois
sabia que devia “preparar o caminho do Senhor, aplainar as suas veredas.” Ele não se deixou levar pelos
erros ou pelas imperfeições. Basta perceber que, quando diante de Herodes,
todos se deixavam
influenciar pelos respeitos humanos; ele, sem hesitar, denunciava: “Herodes, não te é lícito ficar com Herodíades, mulher de teu irmão.” (Mc 6,18) E, diante da incoerência dos fariseus e dos saduceus, ele interrogava: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está por vir?” (Mt 3,7).
influenciar pelos respeitos humanos; ele, sem hesitar, denunciava: “Herodes, não te é lícito ficar com Herodíades, mulher de teu irmão.” (Mc 6,18) E, diante da incoerência dos fariseus e dos saduceus, ele interrogava: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está por vir?” (Mt 3,7).
A vaidade, o orgulho, ou até mesmo a soberba, jamais
estiveram presentes em
São João Batista e isso pode ser comprovado pelos relatos
evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele foi confundido com o
próprio Cristo, mas, imediatamente, retrucou: “Eu não sou o Cristo!” (Jo
3,28) E “não sou digno de desatar a correia de sua sandália.” (Jo 1,27). Quando
seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao
único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: “Eis o cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo.” (Jo1,29). Desta maneira, o Cristo obtinha
seus primeiros discípulos, André e João Evangelista, discípulos formados
inicialmente na escola do rio Jordão.
João Batista ocupa um lugar de destaque no Novo Testamento,
pois ele foi a fiel testemunha de Cristo, foi quem preparou em tudo o caminho
do Messias. Por amor à verdade, ele não hesitou nem mesmo diante da
possibilidade de perder a própria vida, pois já reconhecia o valor da vida
eterna.
O Batista é, indubitavelmente, um exemplo de amor e de
fidelidade ao Cristo; ele cumpriu plenamente sua vocação profética. E por meio
de um gesto de carinho, o próprio Cristo demonstrou o Seu agradecimento,
deixando-se batizar por João e tecendo-lhe um belo elogio: “Dentre os nascidos
de mulher, não há ninguém maior do que João.” (Lc 7,28). Deus elogia São João
Batista e manifesta a importância desse profeta, pois um elogio divino é sempre
grandioso. Cabe, então, a nós, nos esforçarmos para conhecer melhor o Batista.
João Batista foi decapitado por ser coerente, autêntico, e
por amar a Verdade, mas a sua voz continuou ressoando, pois quando Cristo
realizava seus primeiros milagres, Herodes, afirmava: “João, que eu mandei
decapitar, foi ressuscitado!” (Mc 6,16)
Nos dias atuais, a voz do Batista continua ressoando, ao nos
ensinar: “Produzi frutos de arrependimento, pois toda a árvore que
não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo.” (Lc 2, 8-9).
São João Batista é um exemplo a ser seguido. Devemos, continuamente, escutar a
sua voz para melhor servirmos na evangelização e, com humildade, desempenharmos
as missões que nos são confiadas nas diversas Pastorais da Igreja. Devemos,
também, aprender com João Batista a sermos fiéis à nossa vocação.
O Batista apresentou o Cristo ao povo de Israel. Que
possamos, então, solicitar a sua intercessão para que nos ajude a anunciar o
nosso Redentor a todos aqueles que ainda não O conhecem.
São João Batista, rogai por nós, para que sejamos, sempre,
anunciadores do reino de Deus e fiéis companheiros de Cristo, nessa Jerusalém
da vida, nesse longo caminho que abarca toda a nossa existência aqui na
terra.
Aloísio Parreiras
Historiador e integrante do Movimento de Emaús
Fonte: Arquidiocese
de Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário